📢 𝗡𝗢𝗧𝗔 𝗗𝗔 𝗟𝗘𝗜𝗧𝗨𝗥𝗔:⭐⭐⭐⭐⭐

Essa querida aqui que vos escreve é uma grande admiradora do conhecimento do Bill Gates e acompanha, sempre que possível, as dicas de livro que ele posta no site pessoal dele. Foi assim que “Um Estranho Numa Terra Estranha” saiu de alguma dica ou lista de leitura, divulgada pelo Bill, em algum momento – não tão distante.

Imagine um ser humano criado por uma civilização completamente diferente da nossa, retornando ao nosso planeta com uma perspectiva totalmente nova e alienígena. “Um Estranho Numa Terra Estranha” conta a história de Valentine Michael Smith, um humano criado por marcianos, que chega à Terra e começa a explorar e questionar os fundamentos de nossa sociedade, cultura, religião e moralidade.

Através dos olhos de Smith, o autor nos desafia a refletir sobre o que significa ser humano, viver em comunidade e encontrar nosso próprio caminho espiritual e existencial.Ao longo da narrativa, Smith se envolve em um movimento para criar uma nova religião baseada em seus ensinamentos marcianos, enquanto também busca compreender e se adaptar à complexidade da sociedade terrestre. Ele enfrenta desafios, enfrenta preconceitos e se torna uma figura polarizadora, despertando tanto adoração quanto oposição.

🟡 A Jornada de autodescoberta de Michael Smith

A jornada de Valentine Michael Smith, o “Homem de Marte” como ficou conhecido na Terra, é um processo complexo e multifacetado de autodescoberta e adaptação. Quando Smith chega à Terra, ele é inicialmente isolado e estudado pelo governo, sendo tratado mais como uma curiosidade científica do que como um ser humano. 

Smith possui habilidades extraordinárias aprendidas com os marcianos, incluindo telepatia, telecinese e o poder de “discorporar” (matar instantaneamente). À medida que compreende melhor esses poderes, ele começa a usá-los para ajudar os outros e para autodefesa. Porém, ao mesmo tempo, como ele não foi criado no nosso planeta, ele precisa aprender desde o básico, como caminhar, falar e se comportar, até conceitos mais complexos como a propriedade e o dinheiro. 

🟡 A relação entre o indivíduo e a comunidade

Em “Um Estranho Numa Terra Estranha”, a tensão entre a autonomia individual e a necessidade de pertencimento a uma comunidade é fortemente explorada. A jornada de Smith ilustra como um indivíduo pode equilibrar sua própria identidade e liberdade com a integração em uma sociedade.  

A verdade é simples, mas o caminho do homem é difícil. Primeiro você precisa aprender a controlar o eu. O resto vem em seguida.

À medida que Smith aprende mais sobre a sociedade humana, ele sente a necessidade de criar uma nova comunidade que reflita os valores e princípios que considera importantes. Ele sente a necessidade de promover uma forma de vida comunitária onde as pessoas praticam a partilha de experiências e a conexão espiritual, buscando uma unidade que transcenda as diferenças individuais.

É claro que nem tudo é tão simples quanto parece. Os ideais de Smith enfrentam diversos desafios, incluindo a resistência de pessoas religiosas e apegadas aos valores e práticas da sociedade tradicional. É nesse ponto que Smith também se descobre um líder, promovendo práticas que incentivam a partilha de experiências e o crescimento conjunto.

🟡Exploração da espiritualidade e da religião 

A exploração da espiritualidade e da religião é um dos temas centrais em “Um Estranho Numa Terra Estranha”, e através do protagonista, Robert Heinlein oferece uma crítica às religiões estabelecidas, apontando hipocrisias, dogmas e o uso do medo e da culpa para controlar os fieis. Ele questiona fortemente a autenticidade e a relevância dessas religiões no mundo moderno.

A fé me parece uma forma de preguiça intelectual.

Inspirado por sua educação marciana e pelas suas observações das religiões terráqueas, Smith funda a Igreja de Todos os Mundos. Essa nova religião é baseada nos princípios aprendidos em Marte e na busca de uma unidade espiritual universal. Na história Smith começa a atrair seguidores que estão desiludidos com as religiões tradicionais e em busca de uma experiência espiritual mais autêntica.  

Uma igreja pode fazer tudo que qualquer outra organização pode fazer; só que sem restrições.

“Um Estranho Numa Terra Estranha” de Robert Heinlein é uma obra-prima da ficção científica que vai além dos limites do gênero para oferecer uma profunda reflexão sobre a natureza humana, a sociedade e a espiritualidade. A obra aborda temas filosóficos, políticos, religiosos e sociais, explorando a natureza da humanidade, a busca por significado e a luta por liberdade e autenticidade e oferece uma visão provocativa e instigante do futuro, ao mesmo tempo em que apresenta uma narrativa envolvente, repleta de aventura, ação e reflexões profundas.

Provavelmente recomendarei mais dicas de leitura do nosso amigo Bill Gates, por aqui. Inclusive a título de curiosidade, parece que ele lê cerca de 150 páginas por hora com uma retenção enorme de conteúdo: imagina a biblioteca ambulante que esse homem não deve ser?