A Fórmula da Felicidade (Mo Gawdat)
📢 𝗡𝗢𝗧𝗔 𝗗𝗔 𝗟𝗘𝗜𝗧𝗨𝗥𝗔:⭐⭐⭐
Mais um ano começando e eu refazendo minhas novas metas de leitura – inclusive, bora esse site aqui para funcionar, andei dando uma olhada nos livros físicos que estavam parados aqui já fazia algum tempo, para finalmente começar as leituras anuais. E foi lá dos adquiridos, se não me engano na Bienal de 2018, que eu achei aqui A Fórmula da Felicidade (Mo Gawdat).
Eu não sou a pessoa do gênero auto-ajuda então eu fiquei olhando pra esse livro e logicamente pelo título, pensando porque eu teria comprado. Mas enfim, já que estava aqui, o objetivo era ler e ver qual era e eu comecei já pensando que seria algo muito banal, que certamente eu não gostaria ou largaria pra lá: spolier – me enganei e muito.
Mo Gawdat é um ex-engenheiro do Google que tem uma história de vida digamos que, triste e ao mesmo tempo incrível. Diante da morte de um filho jovem, é que ele percebe que precisa seguir a vida e tratar a felicidade como algo mais sólido e menos clichê. Como ser feliz diante de uma perda relevante em nossas vidas? E se não precisarmos buscar a felicidade pois ela sempre esteve conosco? Afinal, o que é ser feliz? Dessas e inúmeras outras questões, Gawdat sai da sua zona de conforto (e do luto), para colocar no papel o melhor que, pelo menos eu já li, sobre felicidade.
“Tudo começa com fazer da consciência sua prioridade.”
🟡 Felicidade é natural
Segundo o autor todo mundo tem um estado natural de felicidade. Um estado inicial, que com o tempo as pessoas vão perdendo e abrindo espaço para a infelicidade, principalmente ao ‘buscar felicidade’.
Resumindo da forma mais clichê possível, eu diria que ele nos mostra que felicidade é diferente daquilo que temos como expectativa de que uma vida feliz, deve ser. Nós sempre buscamos por felicidade e é a partir daqui que criamos, as nossas infelicidades. Nunca aceitamos ‘que somos’ e sim, na maioria das vezes ‘queremos ser’. A busca incansável do ser humano pela felicidade impede que a gente faça o que muitas vezes é mais fácil: exercer a felicidade na sua forma mais natural. Afinal, por que você busca felicidade? Quem te ensinou que você deve buscar pela felicidade?
“Na maior parte do tempo, a única coisa errada em nossa vida é o modo como a encaramos.”
🟡 A morte é inevitável
Talvez a lição mais cativante e ao mesmo tempo difícil do livro, é a forma de lidarmos com a morte, com o luto, de um ponto de vista mais positivo e menos doloroso. É claro que vai doer quando perdemos uma pessoa importante pra nós e é necessário que sim, que tenhamos o nosso momento de luto e é importante entender que todo esse momento infeliz, não é o fim da linha e a nossa jornada de vida precisa seguir.
Mo Gawdat depois de passar pelo luto da perda do filho, começa a enxergar a sua breve existência como uma missão de mostrar a ele o que era ser pai e de passar adiante suas lições sobre uma vida mais simples. Com uma linguagem bastante lógica o pai passa a se lembrar, a falar do filho não com a tristeza e amargura por ele ter partido tão cedo, mas com com uma gratidão por ele estar presente na vida dele por aqueles 20 e poucos anos.
Eu sei, é uma chave difícil de virar nas nossas cabeças, a morte sempre nos rodeia com o pesar da partida e nunca com a gratidão do tempo de vivência. Somos apegados ao corpo físico presente e não aos ensinamentos, lições deixadas por alguém.
Mo Gawdat dá boas dicas ao leitor sobre como reconhecer sentimentos. Propõe exercícios para trabalhar a mente e assim exercitar o pensamento seguindo uma “fórmula” criada por ele. A vida de Ali foi um presente ao seu pai e posteriormente, esse presente se tornou um dos livros mais sinceros sobre a felicidade, sobre a vida e sobre a morte, que você deveria ler – e reler, quando precisar!