A Biblioteca da Meia-Noite (Matt Haig)
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A Biblioteca da Meia-Noite foi um livro que literalmente “apareceu” na minha frente em uma polêmica no Twitter onde detonaram o livro que anteriormente tinha ganhado fama e entrou para a lista dos mais vendidos na Amazon, após as pessoas compartilharem sobre o mesmo, no Tik Tok (aparentemente por lá existe uma comunidade de leitores que se denomina BookTok, enfim…).
Primeiramente eu não sou uma usuária do tal do Tik Tok (talvez um dia o Box Literário até possa ser) então eu acabo sabendo do que explode por lá, nas redes paralelas. Segundo, não vamos entrar na treta Felipe Neto x BookToks x Livros porque já passou e aqui nós falamos de livros, certo? Certo, então eu fui ler o tal do A Biblioteca da Meia Noite e confesso que eu até gostei (em partes, digamos assim).O livro é um drama (com um fundo de auto ajuda) escrito por Matt Haig, publicado em 2021. A história gira em torno de Nora Seed, uma mulher de 35 anos que está descontente com sua realidade e decide tirar a própria vida, mas ao fazer isso ela acaba em uma biblioteca – personificando aqui um estado entre a vida e a morte, onde cada livro representa uma vida que ela poderia ter vivido se tivesse tomado decisões diferentes. Nesse espaço – condição, Nora acaba tendo a oportunidade única de reverter o arrependimento das escolhas que fez no passado e viver as demais oportunidades oferecidas por cada jornada, cada livro.
🟡 Saúde Mental
O primeiro ponto que vale destacar é o alerta sobre a saúde mental que a obra nos apresenta logo de cara. Nora, a protagonista, vive uma vida de insatisfação e perdas que foram se acumulando ao longo dos anos e uma demissão, junto a morte do seu gato, são o estopim para que ela pense em tirar a própria vida.
A história trata a depressão da personagem, trazendo posteriormente sua jornada – mesmo que inconsciente, de autodescoberta e auto aceitação. Aqui fica forte a ressalva de que nem sempre teremos uma segunda chance e que a valorização da vida presente é fundamental, mas falta a preocupação de tratar a depressão como algo que precisa de auxílio médico, algo urgente e que precisa de atenção e seriedade.
“Uma pessoa é como uma cidade. Não se pode deixar que algumas áreas menos aprazíveis provoquem uma repulsa generalizada pelo todo. Pode ser que haja algumas partes das quais você não goste, umas ruas e uns bairros perigosos, mas as coisas boas fazem o todo valer a pena.”
🟡 Fugir da realidade não é o caminho
Durante suas escolhas na Biblioteca da Meia-Noite, Nora experimenta vidas alternativas e tem a chance de corrigir alguns erros cometidos na sua vida real dentro daquela nova realidade. É transitando por todas as várias possibilidades que ela tem, que Nora acaba percebendo que sempre existem decepções – nenhum lugar é perfeito. Quantas escolhas você teria feito diferente se tivesse a oportunidade? Quantas vezes você já se arrependeu de alguma coisa? Em todas as vidas experimentadas, Nora precisaria uma hora ou outra para lidar com algum problema, por mais que aparentemente eles pudessem ser evitados.
“Você não precisa entender a vida. Precisa apenas vivê-la.”
Viver é desafiador. Por mais que existam milhões de escolhas e infinitas possibilidades, é preciso vontade para viver todos os dias, para superar todos os obstáculos e sermos gratos por tudo aquilo que construímos como seres humanos.
O Centro de Valorização da Vida (CVV) atua no apoio emocional e na prevenção do suicídio. Ele disponibiliza atendimento voluntário e de forma gratuita para as pessoas que sentem a necessidade de conversar e que precisam de ajuda. Se você for uma dessas pessoas, entre em contato https://cvv.org.br.
“Entre a vida e a morte, há uma biblioteca”